terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Jogo de Amarelinhas

" Nosso amor era talvez eu estar de pé diante de você com uma flor amarela na mão e você duas velas grandes, enquanto o tempo sobrava contra os nossos rostos uma lenta chuva de renúncias e de despedidas e passagem de metrô."

Julio Cortazar - Jogo de Amarelinha.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Dejavu

A maioria das pessoas, pelo menos as que eu conheço, desejou, ao menos uma vez na vida, parar o tempo e regredir.

Sejam os minutos antes de aceitar que a pessoa amada entre no trem da vida e trilhe por caminhos distantes de nós.

Seja uma única hora, anterior ao sol se pôr, para que pudesse apreciar cada pedacinho de céu mudando de cor, cada detalhe, sem perder nada, ao invés de se preocupar com o ônibus que não passa ou o congestionamento que não anda.

Ou ainda, desejou voltar um dia, o único dia que separa a vida da morte, para estar ao lado de sua mãe e ouvir cada conselho e ensinamento que ela tinha para lhe passar. Antes dela se entregar aos braços de Orfeu e somente a terra tivesse o privilégio de ouvi-la.

Sempre há alguém que desejou ardentemente voltar e impedir o instante exato que o leite derrama e a lágrima cai.Antes que a dor seja lançada e o amor matado.

Voltar no tempo é o desejo das almas arrependidas que, por impulso, paixão ou orgulho, fizeram o que a razão, hoje, abastecida pelo conhecimento e o amadurecimento do aprendizado, lhe impediria de fazer.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Amor...

Continuo ato de querer bem, o bem amado,

Busca pela individuação, sem individualismo.

Encontro de almas, conectadas e sensatas.

A segurança de ser querida e de querer sempre.

Os outros são os outros e só.

Colírios que de nada valem para a vida real.

Real apenas o amor... com a seguridade da liberdade.

(Priska)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Cheiro da velhice

O meu lar exala o cheiro da velhice.

O cheiro do cansaço, do tempo passado,

das horas contadas, dos gestos mesmos,

ritmados, repetidos e mantidos por toda uma vida.

Um cheiro que impregna minha mente, que está presente, antes e depois de mim.

Há sabedoria nesse cheiro, há também vida e histórias.

Um cheiro de vó, de rouca voz e sombrio ar.

Esse mesmo ar, lento, denso, exausto.

É no distanciamento, a certeza de que a roda da vida gira.

Ah! A velhice exala um cheiro inidentificável pelos meus jovens olfatos.

Porém, guardo em mim esse cheiro para que um dia, quando a roda da minha vida girar,

possa também eu exalá-lo.

(Priska)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Oração ao Deuses

Que os deuses selem meus ouvidos para que sua voz não os alcance por mais estridente que seja.

Revistam-me com seu manto de forma que, forme-se, em mim, uma armadura energética, na qual não passe gotícula alguma de energia ruim.

Vede meus olhos para que eles não vejam os olhos daquela que quer me derrotar.



sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Cantado pra Priska

Abaixo, um canto a mim ofertado, por uma amiga amada...

Oxum-Menina
É Mina, na gíria e na ginga
das possíveis origens ascendentes
com entes nagô, bantu, fanti, zulu...

Fala iorubá, evé-fon, quimbundo
misturado ao português brasileiro dito vulgar
e também ao padrão, mas não culto.

O culto mesmo é outro:
aos deuses e orixás; aos santos e pagãos.
Sincretismo concretizado na cultura
vivida por modos mineiros.

Oxum-Mulher
Tece e aduba com sabedoria e precisão
as entrançadas diversidades de olhares
e caminhos trilhados.

Mulher-menina de pele jabuticaba
Afirma e alterna a cabeça
em curiosidades escondidas nas tranças
e, a cada nova descoberta,
em espantos e encantos nos sararás.

Assim, Priska-trisca no pisca-pisca,
pirilampeando as escolhas
de um rumo pra vida.

Marães

Obrigada Má... Te amo sempre!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Aços

Buscando vencer o cansaço,

Juntando os pedaços,

Criando novas normas.


Estou cortando o laço,

Fazendo novos traços

Criando outros desenhos e outras formas


Regras novas para compor os espaços

Lá vem de novo o cansaço

Mas nada me impede de continuar a reforma


Me chamem de devasso

Tudo que vier eu traço

Porque tudo na vida se transforma

Os nervos tornam-se aços.

Pronto. Acabou! já sei o que faço!

Não adianta dizer: a meteorologia informa..


Não me surpreendo mais,

Mesmo que de repente,

Tudo ficasse diferente.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Recorte

Esta canção é da Isabela Tavianni e chama-se "outro mar".

Porém, todavia, contudo, para mim, ela poderia ser muito bem uma narrativa, dessas que a gente conta sobre um momento, um período ou fase da vida... Um recorte na história que trilhamos neste mundão de meu Deus...

Não digo mais nada
É melhor ficar calada
Que machucar seu coração

Palavras não desistem
De alcançar o entendimento
No nosso caso, discussão

E eu tenho medo
O silêncio quer gritar
Que me perdoe
Eu não posso mais ficar
Eu não quero mais

Abro as portas pra vida
Pra ser vivida
Abro os meus braços pro mundo
Tô livre sem rumo
Fecho meu corpo pra dor
Porque ainda é cedo pra viver um novo amor

A festa acabou
Meu vestido puiu
Nosso copo secou
Na última dança
Pisei teu sapato
A orquestra parou

E eu tenho medo
O silêncio quer gritar
Que me perdoe
Eu não posso mais ficar
Eu não quero mais

Abro as portas pra vida
Pra ser vivida
Abro os meus braços pro mundo
To livre sem rumo
Fecho meu corpo pra dor
Porque ainda é cedo pra viver um novo amor

E quando essa hora chegar
Impossível não saber
Sou um rio correndo pro mar
Para outro mar
Para outro mar

Abri as portas da vida, louca vida
Abri meus braços pro mundo
Não to mais sem rumo
Livrei meu corpo da dor
Porque chegou a hora de viver um novo amor

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ou isto ou aquilo

Para uma vida cheia de escolhas... uma poesia para acalentar a alma...

Ou se tem chuva ou não se tem sol,
ou se tem sol ou não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo dinheiro e não compro doce,
ou compro doce e não guardo dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

(Cecilia Meirelles)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Casamento

- moço casa comigo?

Mas casa de verdade de corpo e de alma

De copo e de cama.

De contas e de festas.

Te prometo lágrimas, de dor e de emoção.

- Casa moço comigo de coração?

Mas casa pra sempre? Única vez e com veemência.

De forma que o tempo não corroa nossos laços nem nos mate de carência.

pRiSkA nUnEs

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Frase do dia... Ressaltando

"No amor são permitidas, ou melhor, OBRIGATÓRIAS, as redundâncias..."

(pRISKA nUNES)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Paráfrase da fábula dos porcos espinhos

Numa floresta, vivia um grupo de porcos espinhos, eles moravam juntos e conviviam tranquilamente.
Até que um dia, antes mesmo de se falar em aquecimento global, o inverno veio com uma força nunca dantes sentida, choveu e geou intensamente.
O lugar onde os porcos ficavam não aquecia muito, estavam desacostumados a um frio tão violento.
Os porquinhos gemiam e tremiam incessantemente, se não fizessem algo, é certo que não sobreviveriam para ver o desabrochar das flores da próxima estação.
Então decidiram que se ficassem bem juntos poderiam aquecer uns aos outros com o calor de seus corpos.
No desespero de aproximar-se e aquecer-se, se juntaram velozmente e descuidadamente, ao ponto de, com seus espinhos, sangrar uns aos outros. Se não se afastassem , morreriam da mesma forma.
Afastaram-se.
Perceberam que se não pensassem em algo, juntos morreriam, ou congelados ou ensaguentados.
Até que um dos porquinhos sugeriu que se aproximassem novamente. Irritado, outro porco espinho disse que preferia morrer congelado a espinhalado.
Muito paciente, o porquinho repetiu que era preciso se proximarem mais uma vez, só que de forma diferente agora, devagar e com muito cuidado para que pudessem determinar o limite, entre a ponta do espinho de um, e carne do outro.
Assim o fizeram e sobreviveram ao inverno para me contar esta história na primavera.
Moral da história: temos de achar a distância certa para que nossos espinhos não machuquem o outro, assim, nós não precisaremos viver sós, nem nos machucando sempre.

Dedico está fabula a um novo-velho amigo, o qual, meus espinhos o machucaram, assim como, seus espinhos me machucaram.
Espero que tenhamos a oportunidade de descobrir a distância certa para que não precisemos ficar separados.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Divã

Diante da força, o fato, a necessidade do ato.
Artefato de luta, tornou-se o luto, o que antes aureo era.

Fera nada bela, a luta vã contra o divã. Vontade de permanecer-se sã.
Na reza, a espera do consolo do soluço, solução única.

(Priska Nunes)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

sem título

És o pior e o melhor de mim.

Esta visível é tão fácil de ver,
apenas esforce-se um pouco,
mas antes,
- tire teus véus!
Me olhe, veja-me, sem medo, sem expectativas.

És o melhor, mas também o pior de mim.

Não busque a verdade, que a verdade está em você, em mim e nos outros.
Em cada segundo, em cada milésimo de segundo, no exato instante que consegua me ver - única vez - esse momento é a verdade de mim.

És o pior , mas também o melhor de mim.

Priska

quarta-feira, 25 de março de 2009

Frase dia...

" No Amor são aceitas as redundâncias..."

segunda-feira, 16 de março de 2009

Monologo Platônico

"Imagem é a margem daquilo que realmente somos,
É o perimetro que envolve o ser,
o que é visível à olhos humanos,
é a materialização da essência.

Imagem é a margem do fato e do ato."

(Priska)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Frase de dia!

"A dor de tomar uma decisão certa é tão certa quanto tomar a errada.
O que muda são as consequências..."

(priska nunes)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Todo amor que houver nesta vida

Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia!
E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente nem vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia
E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro, feito um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente, não!
Ser teu pão ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E algum veneno antimonotonia

Mais uma vez faço das palavras de Cazuza minhas,
no intuito de concretizar minha vontade...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Doce Janeiro

"Ao passo que o tempo passa,
esgotam-se nossas possibilidades.
Possibilidades de vivermos o que em outros meses,

não nos é permitido.

Ao passo que passa o tempo,
forra meu peito, a manta da dor e da solidão.
Ilusão o calor que se sente,
enquanto se espera um amor qualquer,
assim, maduro, não duro, mas macio e terno.

Volto a conjugar o verbo esperar,
em todos os tempos possiveis da gramática, ou não.
As coisas sempre são perfeitas como são."

A um grande amor. Perfeito pela impossibilidade.

(priska nunes)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sorri - Djavan

Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Primeira do ano

"Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê- lo novo!! " (Drummond)

Primeira do ano, quase no meio do mês.

Porém a intenção é boa e a vontade é muita de merecer um 2009 novinho em folha!

Feliz ano novo!

"É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
(...)
Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou"

(Paulinho Moska)