sábado, 19 de maio de 2012


Minh’alma perambula pelas noturnas ruas .
Voando, flanando, buscando...
ao léu, desnuda, corcunda, confusa.
Pobre d’alma, pobre de palavras.
 Não ecoa poemas.
O cansaço que sente, vem da injuriada preguiça,
que condena uma vida tão burocrática.
O cansaço que sente, vem de mim;
Pouco do tempo, pouco da falta dele,
Pouco dos amigos, pouco da falta deles.
Pouco do amor, pouco da falta dele.


Vulgar, nada erudito, meu canto exala um cheiro de saudade do creme que minha mãe usava no dia que fomos para aquele lugar que tenho saudade.
Não me lembro o nome. Lembro-me da alegria. Lembro-me do amor.
Lembro-me do todo, e o todo era todo meu, cabia nos meus braços, cabia em minhas mãos.
Hoje, mal cabe no meu coração. 

Que é tão grande, mas mais vasto é o mundo, 
o homem aquele, disse que não, mas sim, o mundo é mais vasto que meu coração.
Vastando, vastada, devastada minh’alma re-volta.
Sossega, se encaixa outra vez na matéria. 

Se encarna. Se calma. Seu carma.
Mas avisa: - se tiver de sair, saio de novo, voo pelo céu e não me importo com nada.
Manga de mim. 

Me mira de lado 
e, por hora, 
sossega.