quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Dejavu

A maioria das pessoas, pelo menos as que eu conheço, desejou, ao menos uma vez na vida, parar o tempo e regredir.

Sejam os minutos antes de aceitar que a pessoa amada entre no trem da vida e trilhe por caminhos distantes de nós.

Seja uma única hora, anterior ao sol se pôr, para que pudesse apreciar cada pedacinho de céu mudando de cor, cada detalhe, sem perder nada, ao invés de se preocupar com o ônibus que não passa ou o congestionamento que não anda.

Ou ainda, desejou voltar um dia, o único dia que separa a vida da morte, para estar ao lado de sua mãe e ouvir cada conselho e ensinamento que ela tinha para lhe passar. Antes dela se entregar aos braços de Orfeu e somente a terra tivesse o privilégio de ouvi-la.

Sempre há alguém que desejou ardentemente voltar e impedir o instante exato que o leite derrama e a lágrima cai.Antes que a dor seja lançada e o amor matado.

Voltar no tempo é o desejo das almas arrependidas que, por impulso, paixão ou orgulho, fizeram o que a razão, hoje, abastecida pelo conhecimento e o amadurecimento do aprendizado, lhe impediria de fazer.

Um comentário:

Daniel Cristal disse...

Muitos parabéns pelo prémio hoje obtido no ABRACE.
Bem merecido num anúncio bem feito em poesia, que arrebata muitos corações solitários.
Bom Natal e assim com o Ano Novo,
com simaptia,
Armando Figueiredo