terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Cheiro da velhice

O meu lar exala o cheiro da velhice.

O cheiro do cansaço, do tempo passado,

das horas contadas, dos gestos mesmos,

ritmados, repetidos e mantidos por toda uma vida.

Um cheiro que impregna minha mente, que está presente, antes e depois de mim.

Há sabedoria nesse cheiro, há também vida e histórias.

Um cheiro de vó, de rouca voz e sombrio ar.

Esse mesmo ar, lento, denso, exausto.

É no distanciamento, a certeza de que a roda da vida gira.

Ah! A velhice exala um cheiro inidentificável pelos meus jovens olfatos.

Porém, guardo em mim esse cheiro para que um dia, quando a roda da minha vida girar,

possa também eu exalá-lo.

(Priska)

2 comentários:

Marcos disse...

Ao ler, vi as palavras passeando pelos seus lábios, sorrindo, entre os olhos baixos como se fossem tímidos... era, sim, vc... bem lá de dentro.

Nanda Kramos disse...

Lindo, lindo me apaixonei por mais essa obra linda que Priska fez...muito e muito sucesso....bejos!!!