O mar é uma mulher, geniosa e temperamental.
Tem ciclos, muda diversas vezes ao dia,
Pode invadir o espaço que quer decidindo, por ela mesmo, o quanto de terra quer ocupar
e a intensidade com que quer agitar-se.
Mas sabe ser doce, mesmo com sua alma salgada.
E é movida pela emoção,
Por paixão, se permite conduzir pela lua.
Aceitando os caprichos de seu amante brilhante,
Submete-se a sua vontade, deixando-o levá-la por onde quer,
Satisfazendo, assim, o orgulhoso luar.
Esse astro sim é homem,
Suas mudanças são bem definidas, quatro vezes ao mês.
É previsível e sua luz é reflexo do sol, é símbolo da ilusão e do brilho falso,
mas como é belo... como seduz...
O sol? outra mulher.
Injustiçada pela língua lusófona é majestosa como uma deusa,
Manhosa, impõe-se sobre o céu celeste, a quem domina com perfeição,
Vestindo-o com a cor que lhe convém.
Só não domina as nuvens, crianças assexuadas,
Que brincam no espaço infinito, moldando-se em que querem;
um cachorro, um cavalo, um avião, São Jorge brigando com o dragão.
Quando choram escondem o sol, a lua, o céu.
Mas quando sorriem, espalham-se com graça e leveza,
Como crianças doces mandam em tudo,
Não há espírito que resista a seus encantos.
Priska