sábado, 7 de agosto de 2010

Gêneros

O mar é uma mulher, geniosa e temperamental.

Tem ciclos, muda diversas vezes ao dia,

Pode invadir o espaço que quer decidindo, por ela mesmo, o quanto de terra quer ocupar

e a intensidade com que quer agitar-se.

Mas sabe ser doce, mesmo com sua alma salgada.


E é movida pela emoção,

Por paixão, se permite conduzir pela lua.

Aceitando os caprichos de seu amante brilhante,

Submete-se a sua vontade, deixando-o levá-la por onde quer,

Satisfazendo, assim, o orgulhoso luar.


Esse astro sim é homem,

Suas mudanças são bem definidas, quatro vezes ao mês.

É previsível e sua luz é reflexo do sol, é símbolo da ilusão e do brilho falso,

mas como é belo... como seduz...


O sol? outra mulher.

Injustiçada pela língua lusófona é majestosa como uma deusa,

Manhosa, impõe-se sobre o céu celeste, a quem domina com perfeição,

Vestindo-o com a cor que lhe convém.


Só não domina as nuvens, crianças assexuadas,

Que brincam no espaço infinito, moldando-se em que querem;

um cachorro, um cavalo, um avião, São Jorge brigando com o dragão.

Quando choram escondem o sol, a lua, o céu.

Mas quando sorriem, espalham-se com graça e leveza,

Como crianças doces mandam em tudo,

Não há espírito que resista a seus encantos.


Priska

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